segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Roberto Gurgel: Um pouco de decência e lealdade processual da próxima vez.


O caráter ativo da justiça volta-se a uma legítima avaliação de si e das relações de ideias e conceitos que no vemos inseridos, uma bendita avaliação que envolva a multiplicidade de possibilidades sempre presentes em um julgamento sério.  O tal do Mensalão (do PT) foi uma manobra bestial de um inquiridor julgamento político, bizarro, sem provas, anacrônico, promovido por uma corja de paspalhos: Gurgel que o diga. Como procurador geral da república saiu atropelando, feito um imbecil, um processo de suma importância para nossa estrutura democrática. Não sei em qual faculdade o Gurgel alimentou essa tese distorcida de justiça. Condenar um réu com elementos razoáveis? Meu caro Gurgel, cuidado com suas afirmações. Um procurador geral deve ponderar nas palavras. Retórica niilista pode lhe empurrar para além de um abismo ético. Não adiantou se retratar reconhecendo que condenou Dirceu sem provas, sua pessoa abusou de uma petulância especulativa. A saúde da democracia se encontra frágil. O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, reagiu à entrevista do procurador-geral da República publicada pelo jornal Folha de São Paulo. Roberto Gurgel, fanfarrão responsável pela acusação no processo do mensalão, no qual Dirceu foi condenado, disse que pessoas “do topo da quadrilha” têm sempre uma participação cuidadosa e provas diretas são “praticamente impossíveis”. Para o ex-ministro, apontado como chefe do esquema, as declarações do procurador “deixam claro” que “nunca houve provas” contra ele. Procurador-geral!! Que vergonha. Seja menos imbecil em sua postura golpista, quem sabe dessa forma ainda é possível salvar a decência e a lealdade processual de um julgamento violentado por filisteus da cultura. Intolerante, projeto mal acabado de um moralista, depreciador da democracia. 






Por Claudio Castoriadis
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