Seja certo como relógio
parado, antes tarde do que nunca, a permanência da transitoriedade. Seja
completo de tão ausente, eterno como falou o poeta. Seja a fala pregada no deserto,
o escuro que apaga a luz, um café para dois, no mesmo poema recitado. Seja o
botão que aperta o dedo explodindo o silêncio. Seja no rosto a outra face, o
rabisco do papel social subdefinido. Seja uma pessoa, casa, comida e alma
lavada.
Por Claudio Castoriadis
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