sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Versos para dois na mesma geladeira


Fico feliz por não acreditar em muitas coisas; cético de mim, sei que pouco nada sei o que deveras importa, as coisas são cafonas, as coisas estão fora de moda, de modo que o sentido não está nas coisas muito menos comigo. Não tenho tempo pra pressa, as coisas são apressadas, apertadas e empacotadas num conjunto infindável de mundos mundanos percorrendo o pequeno universo piegas fracionado numa eterna luta dos inversos.

Certas coisas são assim, coisificadas. Prefiro as simplificadas, os brotinhos, das sementes de alecrim, é meigo a força das sementes que um dia serão douradas, perfumadas. Caminhar no céu é um barato, sentir as pontinhas dos dedinhos esfriando, gracejando os pelinhos ventilados pelo vento, que sopra a leveza do pensamento pelejando contra o cimento do sentido, colegas dos outros sentidos contidos no meu cantinho que tem palmeiras onde canta um sabe lá.

Não uso gravata, antes açúcar com jasmim escutando uma flauta doce depois de um chá, de cadeira, mesa, casa de areia, cantiga popular esparramada embaixo do edredom, versos para dois na mesma geladeira. 




Por Claudio Castoriadis
Foto: minha gatinha
Sobre o Autor:
Claudio Castoriaids Claudio Castoriadis é Professor e blogueiro. Formado em Filosofia pela UERN. Criador do [ Blog Claudio Castoriadis ] Tem se destacado como crítico literário.Seu interesse é passar o máximo de conhecimento acerca da cultura >

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