sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Margaridas, versos e palavras domesticadas


Espelho não edita imagem, reflexo de pensamento é o joio que abastece a fuga do presente, no traste do lápis,

Vós pergaminhos saudosos de felicidade, vendo e torneando nuvens voadoras, passeando os olhos  na perfectibilidade, tornaram-se, águas de março enrijecidas onde se lavam margaridas, versos e palavras domesticadas

Assim picota o tempo, a luz amanhece, desloca peremptoriamente o ato ficcional da ausência,  flana, confecciona veracidade divina, conquista o mar, tão longe triunfa no deserto, revela acintosamente um desejo incontrolável pelo frescor da não pertença.

O silêncio é silenciador, alguma coisa quando silencia, tem um agrado sabor de vento desgrenhado, parece reza nos dias de chuva sacudindo os galhos da laranjeira, sobre as telhas, sucos de trovões, focinhando rasuras e arranjos tácitos. 



Por Claudio Castoriadis
Imagem: fonte web


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