estamos apodrecendo
do chão que chupa retículas
das veredas repelidas na face esburacada
nas redondezas da verruga vigarista
pessoas são restos de feridas
infeccionadas
infeccionadas
|estrias assegurarão o padrão
estético|
um espetáculo impetuoso, assim despontam os dias
capturados de onde nunca
deveriam amanhecer
deveriam amanhecer
mesmo assim não escapa da vista
o ar da sua graça
a vida que sobe pelas paredes desenha-se
uma coisa grita por outra
desencadeando
filamentos
filamentos
|depois do último trago minha boca
é vulcão adormecido
de todos os dragões o mais
milenar bafora horrores no meu travesseiro
não esquecendo, claro, dos peixes
sobrevoando a cafeteira empapuçada de saquê |
Por Claudio Castoriadis
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