quinta-feira, 3 de julho de 2014

Enzimátzscico




quando o mundo passar 
ainda teremos a brandura 
do esquecimento.

a dor será dispersa
as pulsões sublimadas
o medo desenganado

o corpo enzimático
espuma cartilagem

como se tivessem pulmões  
as nuvens respiram minha carne
esmagam meus ossos 

daquilo que um dia foi 
aproveitam-se faianças feldspáticas
o som do fim dedilhando elementos percussivos

dormíamos
lá adiante com calma explodimos 



Por Claudio Castoriadis
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