sábado, 26 de julho de 2014

o barqueiro de veneza

com poucos barcos
se faz um mar
uma barca

talvez com bem menos uma poça
trêmula ao cântico do gondoleiro

pelos cafés onde tomam suas refeições
os senhorios se enrolam na madrugada
ladeados ambos por olhares tamisados

compreendi isso a partir dos olhos encolhidos
na fímbria matizada onde os dias são âncoras


Por Claudio Castoriadis
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